14 de outubro de 2010

com tanta delicadeza,

frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor.

E por trás de tudo que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum.

celso, há mil tons em você.

6 de outubro de 2010

Hoje,

eu nem saí da cama. Apesar do sol que chama, nem me levantei.
Não me agrada o panorama.

Hoje eu acordei.

Não quero ser refém da máquina, preciso ir além.
Mas sei porém, que sátira
Sou parte dela também.


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3 de outubro de 2010

Num cenário,

de neblina meus nós desfaço,
desmancho minhas teias, momento só meu.
Na véspera da dúvida os medos enlaço,
liberto a alma presa, camuflada no breu.

Encaro a vontade, da navalha o verso.
São nuvens que acenam paisagem em mim.
Embrulho as palavras, sons num reverso.
E o dia acontece sem ruas, e sem fim.

Pra imensidão das horas, mostro a língua.
Nem deixo o desgosto me encostar na parede.
Brincando na chuva, vou matando a sede.

O arco-íris desenho, fica o cinza a míngua.
Viço na alma um jardim, rematizo as cores.
E o negócio com o tempo pra minar as dores.







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Outrodidata

O contrário do autodidata sou eu. Adoro aprender com o outro – sou outrodidata.

É o resultado da sorte que eu dei: minha vida cruzou com a de muitos bons professores. Em casa, nas salas de aula, nas redações – na vida.


Não há nada que eu não aprenda melhor com um professor do que sozinha. Se o livro diz: faça hachuras diagonais, eu fico ali assimilando. Vem a professora e fala: faça hachuras diagonais, eu logo: aaaaaah, entendi!
Claro que evoluir é aprender a não precisar deles, mas não posso deixar de ver a beleza e a generosidade de que são feitos o processo.

Pessoas ligadas pelo mesmo entusiasmo – quem sabe mais mostra o caminho, quem sabe menos ensina outra coisa. Nem que seja a gostar mais ainda do que se faz.

E para eu me divertir fazendo a lista que começa assim: obrigada, Rita e Nádia. Clécio, Ana Claúdia, Andréa. E, putz, Manoel Grau . Obrigada, Serroni, Cris Rossi, Pala. Márcia, Alessandra. E, cara, muito obrigada, Fábio. Maria José, Luciano, Adriano. Minha primeira professora de francês na Mairie, que eu não lembro o nome. Maria Graciete, Jeanne. Regina, Regina, outra Regina, Shirley. E obrigada à beça, Alceu Ale. Mas, principalmente, obrigada mãe e obrigada pai.



Por me darem régua e compasso - e tesoura e cola.