29 de junho de 2009

Iluminarte.

A iluminação acontece quando você esquece tudo sobre ela. Nem mesmo olhe pelo canto dos olhos, para verificar se ela está vindo e assim evitar perdê-la. Esqueça-se completamente dela.
Você apenas desfruta sua simples vida.
E tudo é tão belo - por que criar para você mesmo ansiedade e angústia desnecessárias? Estranhos problemas da espiritualidade...essas coisas não são algo a respeito do qualvocê possa fazer alguma coisa.
Se puder transformar sua vida comum em algo de beleza e arte tudo o que você sempre desejou começará a acontecer espontaneamente.

A luz é o caminho

A sala está repleta de escuridão; você deseja que a escuridão deixe a sala. Você pode fazer tudo o que está ao seu alcance - empurrá-la para fora, enxotá-la - , mas não vai ser bem sucedido. Por estranho que pareça, você vai ser derrotado por algo que não existe. Exausta, sua mente mente vai dizer que a escuridão é tão poderosa que não está dentro de sua capacidade dispersá-la, expulsá-la. Porém, essa conclusão não está certa; ela é alemã, mas não está certa.
Uma simples vela deve ser trazida para dentro.
Você não precisa expulsar a escuridão. Não precisa lutar com ela - isso é uma completa estupidez. simplesmente traga para dentro uma pequena vela, e a escuridão não mais será encontrada. Não que ela saia - ela não pode sair, porque em primeiro lugar não existe. Nem estava dentro nem se retira.
A luz entra, a luz sai; ela tem existência positiva. Você pode acender uma vela e não há escuridão; você pode apagar a vela e há escuridão. Para fazer algo com a escuridão você precisa fazer algo com a luz - muito estranho, muito ilógico, mas o que você pode fazer? Assim é a natureza das coisas.
meu amor é como a luz - não é nem maior para um nem menor para outro. Mas, ainda assim, para o cego ele não existirá. Para quem não pode ver corretamente, será turvo.
e para quem pode ver com clareza, terá uma intensidade diferente.
É a mesma luz, mas dependerá do quanto você pode receber.
Se você estiver totalmente aberto, poderá recebê-la toda.

23 de junho de 2009

Sobre palavras de silêncio.

Existem muitas pessoas no mundo, você conhece muitas, sem contar as que ainda vai conhecer. Você está ali, diante de centenas de pessoas, pessoas que carregam consigo centenas de sentimentos. Podem até existir poucas palavras para definir essas centenas de sentimentos, mas cada maneira de senti-los é única... e você, uma única unidade de pessoa, pode causar essas centenas de sentimentos em uma dessas centenas de pessoas. Existem poucas coisas na vida que realmente importam para as muitas pessoas que vivem e dessas poucas coisas, duas se destacam: o silêncio e as palavras. As palavras normalmente são as causadoras das centenas de sentimentos que você, unidade única de pessoa, provoca em outra unidade única de pessoa que, dentre as centenas de pessoas que você conhece, realmente entendeu o significado delas. Já o silêncio é quem vai provar que elas, as palavras, surtiram efeito, pois não se pode falar para sempre, uma hora temos que nos calar e escutar e só depois disso, se as duas unidades únicas de pessoa conseguirem sorrir em silêncio... bom, aí é o momento de descobrirmos que os sentimentos não são assim tão singulares, duas pessoas podem senti-los da mesma maneira.
Já foram palavras demais, agora eu quero ficar em silêncio e ver o que vai acontecer!

22 de junho de 2009

Sobre fatos não consumados...

A real veracidade de alguma coisa só se da com a consumação da mesma. Coisas que ficam somente em nossos pensamentos por tempo demais normalmente não se concretizam.A concretização das nossas idéias, por menor que sejam, exige de nós uma dose de coragem, dose essa que varia de acordo com o risco proporcionado por tal idéia. Mas indiferente do quanto de coragem que precisemos, ela é obtida de acordo com nosso esforço e com nossa real vontade de que ela saia do imaginário.
Muitas vezes somos detidos pela preguiça do progresso. Idéias não saem simplesmente andando de nossas mentes e se tornam reais, realizações de fatos exigem que nos movimentemos, nada acontece enquanto estivermos parados e é aí que ela, a preguiça do progresso, entra, nos impedindo de sair do aconchego de um sofá qualquer pra viver aquilo que se realmente quer.


p.s.: não é uma boa idéia gostar de alguém que já tem um sabonete!

20 de junho de 2009

Nós três

Aí o dia clareou, o remendo se rasgou, e a chuva, mesmo querendo, não molhou. Na verdade, quem queria era eu. A chuva só batia-e-pingava, ela molhava, mas eu secava.

O ruim da chuva e que ela vem no fim. Antes ainda tem o frio, o vento e o trovão.
Eu já passei por tudo isso. O frio não me congelou, o vento não me levou, e o trovão, sabe Zeus porque, não me acertou.

Além disso, todo-dia, ainda tem a vida. E antes e depois da vida, a morte. E no meio da vida, em
meio a tantas outras, tem a minha, que, mais ou menos no meio (um pouquinho pra esquerda) tem uma ferida, a minha ferida.

Por essa ferida é que eu agüentei o frio, fiquei no vento e encarei o trovão. Tudo por ela.
Tudo por achar que a chuva ia me lavar, mas a chuva só batia-e-pingava, ela molhava, mas eu secava.

Antes eu até contava as chuvas que eu secava. Antes de perder a conta eu até as contava, mas agora,
depois de tudo (mas antes da morte), apenas fico aqui, na verdade, ficamos os três; a vida, a ferida e eu.

A vida para ser vivida, a ferida para ser lavada e - eu.

19 de junho de 2009

Ama em pé e samba no chão

Enquanto houver um coração no chão haverá um bordel em pé.
E haverá um malandro, sambista da dor – samba-dor-samba-dor -
recolhendo cacos do pobre pierrot, – com-amor-sem-amor.

Enquanto houver uma mulher em pé haverá um homem no chão.
E haverá o samba pro sambista – dor-que-samba-samba-dor,
e os cacos do palhaço sofredor – sem-amor-sem-sabor.

Enquanto houver uma emoção de pé haverá uma razão no chão.
E haverá a dor, do samba e do amor – samba-mor-sangra-dor,
e os cacos do malandro – samba-dor-dor.